A produção de cacau na Costa do Marfim, maior produtora mundial, enfrenta uma crise iminente. Agricultores da região de Bafing-Tonkpi alertam que, sem apoio financeiro e mercados mais justos, o cultivo pode ser inviável até 2030.
O setor vem sendo impactado por preços estagnados, que dificultam o reinvestimento nas lavouras, agravando os efeitos de mudanças climáticas, doenças e envelhecimento das plantações. Com isso, a produtividade tem caído drasticamente, enquanto os preços do chocolate sobem nos países consumidores.
Muitos produtores estão abandonando o cacau e migrando para culturas como borracha e palma. A instabilidade climática, com períodos de seca e chuvas excessivas, tem comprometido colheitas e aumentado a incidência de doenças como a Phytopthora Megakarya e a doença do Swollen Shoot (Broto Inchado), que já devastou plantações inteiras.
Iniciativas do governo e de cooperativas tentam conter a crise com práticas agroflorestais, mapeamento de fazendas e programas de reflorestamento. Um projeto piloto de identidade do agricultor busca organizar dados sobre produção e sustentabilidade.
A cooperativa Yeyasso, que representa milhares de produtores, também participa de um novo modelo de contrato coletivo com supermercados europeus, promovido pela Fairtrade. A proposta visa garantir renda estável, facilitar investimentos e ampliar a venda de cacau em condições justas e sustentáveis.
Apesar dos esforços, produtores alertam que, sem mudanças estruturais e maior comprometimento dos compradores globais, a cadeia do cacau corre sério risco de colapso nos próximos anos.
Fonte: Cacau Hoje com informações de Ecologisty Informed By Nature
 
				 

 
								 
								