OS CHOCALATEIROS MUNDO AFORA AMARGAM OS EFEITOS DAS TARIFAS GLOBAIS E DA CRISE DO CACAU

Durante a corrida do ouro na década de 1850, o francês Etienne Guittard descobriu na Califórnia que o verdadeiro ouro não estava nas minas, mas no chocolate que trouxera da França. Em 1868, fundou a Guittard Chocolate Company, que se tornou uma referência em São Francisco e fornecedora de nomes renomados como See’s Candies e […]

Durante a corrida do ouro na década de 1850, o francês Etienne Guittard descobriu na Califórnia que o verdadeiro ouro não estava nas minas, mas no chocolate que trouxera da França. Em 1868, fundou a Guittard Chocolate Company, que se tornou uma referência em São Francisco e fornecedora de nomes renomados como See’s Candies e o restaurante Chez Panisse.

A empresa familiar superou diversos desafios ao longo de mais de 150 anos, incluindo o terremoto de 1906, a Grande Depressão e os altos preços do açúcar. Hoje, no entanto, enfrenta uma nova ameaça: as tarifas globais impostas pelo governo Trump, que agravam uma situação já crítica devido à disparada nos preços do cacau.

O CEO Gary Guittard relata que, após aumentos acumulados de mais de 180% no preço do cacau em dois anos,  a imposição de tarifas adicionais sobre os grãos importados pode tornar a operação insustentável. Países fornecedores, como a Costa do Marfim e Madagascar, enfrentam taxas de até 45%.

Diferentemente de grandes empresas como Hershey e Lindt, que buscam isenções e alternativas logísticas, a Guittard, com cerca de 240 funcionários e receitas estimadas em US$ 100 milhões, considera absorver parte dos custos para proteger os clientes, muitos deles também pequenos negócios.

Gary Guittard ressalta a dificuldade de calcular os impactos exatos, já que os chocolates da marca usam misturas de grãos de diferentes origens e tarifas. Segundo ele, a empresa busca transparência e não pretende repassar aumentos injustificados ao consumidor.

A incerteza segue enquanto o setor observa os próximos movimentos da política comercial dos EUA e o comportamento do mercado.

Fonte: Cacau Hoje com informações de Los Angeles Times

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